Arte africana em museus: Museu Histórico de Abomey

Muitos dos objetos do reino de Daomé (território circunscrito na atualidade dentro das divisas da República Popular do Benin), estão hoje conservados no Museu Histórico de Abomey instituído nas edificações do palácio dos reis Guezo e Glelê. Foi fundado em 1943 pela Administração Colonial Francesa, mas desde 1985 é considerado patrimônio mundial pela UNESCO - (clique aqui). Sua arquitetura é universalmente conhecida pelos baixos-relevos existentes nas pilastras e nos muros desde o fim do século XVIII, com uma iconografia feita animais e cenas de figuras humanas codificadas, modeladas e muito coloridas. Veja um texto específico sobre esses baixos-relevos elaborado pelo museu clicando aqui.

Ver também Museu du Quai-Branly(*) sobre estátuas encontradas no palácio real que hoje abriga esse Museu. Em seu site veja também as propostas pedagógicas de trabalho com o acervo, por meio de jogos para criança tendo como base ícones da arquitetura palacial, também encontrados em outros suportes como na tecelagem ou na escultura em madeira (clique aqui).

Lembramos, finalmente, que há em Salvador a Casa do Benin que celebra, com muitos objetos similares e réplicas, a história desse reino, que, ao lado de outros que floresceram bem antes dele na Nigéria, como os de Ifé e de Benin, remetem à origem de grandes contingentes de africanos escravizados pelo tráfico, trazidos ao Brasil, aqui chamados nagô, kêto, jêje. E, se você ainda não conhece, procure pelo filme intitulado "Atlântico negro: na rota dos orixás" (54 min), com projeto e roteiro de Victor Leonardi e Renato Barbieri e direção de Renato Barbieri, da Itaú Cultural e Videografia, 1998, que recebeu, entre muitos outros, o prêmio Pierre Verger, da Associação Brasileira de Antropologia em 2000. Ele mostra como são estreitos os laços entre Brasil e África, documentando aspectos do culto dos voduns da Casa Fanti-Ashanti do Maranhão e da vida de descendentes de africanos escravizados que retornaram ao Benin.


 

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